sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A PARTILHA

João Marcos era rapaz velho e durante algum tempo, já com a idade bastante avançada ficou muito doente. Não falava, não dava sinais de melhora e os familiares juntamente com os moradores das localidades próximas do sítio Carnaúba, todos os dias prestavam-lhes solidariedade fazendo sentinela em sua residência.

Numa determinada noite, em conversa reservada próximo a janela do quarto onde o doente se encontrava, alguns parentes mais próximos - não imaginando que o enfermo pudesse escutar - traçavam a repartição do patrimônio do doente. No diálogo, os herdeiros antecipavam o processo de partilha dos bens apontando inclusive os riachos que compreenderiam a linha divisória das terras.

No dia seguinte, o velho João, quase morto, teve uma melhora e pediu que um portador fosse até o município de Farias Brito atrás do tabelião do cartório e com a chegada deste não hesitou e pediu que o homem preparasse um documento dando ensejo de doar todos os seus bens para a Igreja, evitando assim, que os pretensos herdeiros praticassem a propositada partilha.

Nota: João Pereira da Cunha conhecido por João Marcos era filho do casal Marcos Pereira da Cunha e Dona Maria Ferreira.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A VACA BOA



O velho Simplício Gonçalo não mentia. Posso afirmar com segurança, pois a história não me deixa excluir essa característica daquele homem. Certa vez o Major vendeu uma vaca a um primo. No Sábado resolveu ir à São Pedro fazer a feira. Quando passava numa determinada rua da cidade, foi surpreendido por uma pessoa, que de longe o chamava para confirmar uma história. Era o primo tentando vender o animal a outra pessoa. Pediu para que o suposto comprador perguntasse ao major se a vaca realmente não era boa. Antes que o homem fizesse qualquer indagação, Simplício respondeu dizendo que vendeu a vaca com as condições de que era muito ruim, pulava cerca, não dava leite e para completar era muito valente.

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