Meu avô Marcos Gonçalo, contou-me que certo dia estava ele sentado ao lado de sua casa no São Lourenço, no silêncio da tarde sertaneja, com o sol ainda em brasa, quando notou um som estranho - parecido com o ruído de uma buzina de carro - vindo do alto da Serra do Pilão. A zoada repetitiva trazia supostamente um pedido aflito de socorro, como se um veículo estivesse no prego ou coisa pior.
O tempo foi passando e ele resolveu procurar alguém – talvez uma pessoa mais jovem – que pudesse subir e verificar o que estava acontecendo, já que o lugar de onde vinha o sinal não tinha moradores.
Vasculhou as casas e os terreiros mais próximos e não encontrou ninguém. O sábado era assim, os poucos carros que existiam na ribeira saiam de manhã levando o povo todo para feira de São Pedro, retornando só a tardinha com o sol frio.
Foi preciso tomar outra atitude, com seus quase 80 anos, tinha que fazer aquele percurso desgastante. Botou um chapéu, vestiu a camisa, e saiu com passadas exaustivas no sol escaldante da caatinga, para chegar - quase uma hora depois - debaixo de um pé de aroeira centenário que ficava exatamente na cabeça da ladeira e verificar que o som era produzido por um menino soprando um chifre. Não quis conversa, antes de retornar, tomou o objeto e o sacudiu numa grota funda e espinhenta do Riacho do Mel. O menino ficou em silêncio, assustado, sem entender o que acontecia.
O tempo foi passando e ele resolveu procurar alguém – talvez uma pessoa mais jovem – que pudesse subir e verificar o que estava acontecendo, já que o lugar de onde vinha o sinal não tinha moradores.
Vasculhou as casas e os terreiros mais próximos e não encontrou ninguém. O sábado era assim, os poucos carros que existiam na ribeira saiam de manhã levando o povo todo para feira de São Pedro, retornando só a tardinha com o sol frio.
Foi preciso tomar outra atitude, com seus quase 80 anos, tinha que fazer aquele percurso desgastante. Botou um chapéu, vestiu a camisa, e saiu com passadas exaustivas no sol escaldante da caatinga, para chegar - quase uma hora depois - debaixo de um pé de aroeira centenário que ficava exatamente na cabeça da ladeira e verificar que o som era produzido por um menino soprando um chifre. Não quis conversa, antes de retornar, tomou o objeto e o sacudiu numa grota funda e espinhenta do Riacho do Mel. O menino ficou em silêncio, assustado, sem entender o que acontecia.
Minha família,feliz em.ler a origem da minha amada mãe 💙
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