sábado, 21 de janeiro de 2012

DO COURO AO CARRINHO DE MÃO

Em tempos de dificuldades e pouca tecnologia, o homem do campo improvisava o que dispunha para realização das atividades diárias e a solução de problemas ligados aos trabalhos domésticos na roça ou na condução do rebanho.
Encontramos ainda vestígios desse tempo, onde o couro era um produto de grande valor, sobretudo porque era usado de forma variada na fabricação de móveis, vestuários, celas e utensílios, construção civil e diversos produtos artesanais.
No sítio Cacimbas temos alguns açudes que foram construídos através do trabalho braçal de homens que usavam técnicas ultrapassadas para os dias de hoje, mas de grande serventia antigamente até as primeiras décadas do século passado.
A construção dos reservatórios, com a falta de tratores, ou mesmo de carrinhos de mão, era feita com couro de gado estirado e puxado por uma junta de bois.
Conforme Antonio Campos da Silva, agricultor aposentado que mora na sede do município de Caririaçu, o finado Zuza Pereira, da família dos Anjos da Cachoeirinha, exímio artesão, começou a construir carinhos de mão tailados na madeira com uma qualidade muito boa capaz de carregar água sem que houvesse sequer um mínimo vazamento. Com isso, os proprietários de terra, aos poucos constataram a necessidade de substituir o velho costume pela técnica inovadora.
Anos depois, com a inclusão das frentes de serviços de emergência pelos governos – onde os sertanejos alistados no projeto formavam grandes formigueiros humanos numa busca constante em nome da sobrevivência, passando por todos os tipos de humilhação e sofrimento - o carrinho de mão feito de ferro foi bastante difundido na construção de açudes.

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