Foto: Joana, Isabel, Simplício e Frei Junípero
Frei Junípero nasceu em São Pedro do Cariri, hoje Caririaçu-Ceará aos 24 de Dezembro de 1899, do casal Pedro Pereira da Cunha e Mônica Clarinda de Jesus, piedosos e honrados agricultores.
Ainda jovem, entrou no convento do Sagrado Coração de Jesus em Fortaleza, como postulante e irmão não clérigo, na Ordem Capuchinha. Aos 24 de Agosto de 1938 ingressou no noviciado em Esplanada-Bahia - e, aos 19 de Março de 1944 fez os votos perpétuos.
Seu primeiro convento, após o noviciado, foi o de Turiaçu, no Maranhão. Ainda me lembro - era eu menino de poucos anos. A comunidade do convento de S. Francisco Xavier naquela cidade era constituída por Frei Lourenço de Alcântara, Frei Pedro Batista de Cologno al Sério e Frei Junípero de São Pedro do Cariri, encarregado do serviço fraterno.
Residiu em todos os conventos. Por vários triênios trabalhou no convento de S. Benedito em Teresina-Piauí. Em 1962 quando terminei o noviciado, encontrein Frei Junípero integrando a Fraternidade do Seminário Maior em Parnaíba-Piauí; como refeitoreiro. Em nossas conversas procurei recordar os albores da sua profissão temporária em Turiaçu.
Sei muito pouco sobre o nosso irmão. Apenas posso dizer que era um homem de oração e bom cozinheiro. "Os irmãos... trabalham com fidelidade e devoção de maneira que afugentem o ódio, inimigo da alma, e não percam o espírito de oração e piedade..." (Regra, cap. 5)
Seu corpo delibetava-se aos pocos sob o peso da idade. Por várias vezes esteve hospitalizado. Temendo a visita inesperada da irmã morte, o ano passado, em novembro, por ocasião da festa das almas, pediu a Frei Roberto Magalhães, seu companheiro de noviciado que lhe administrasse a Unção dos Enfermos. Há quase dois anos, estava postado sob os cuidados dos seminaristas que tinham especial carinho para com ele.
Todos os dias, eu e ele, nos entretinhamos em conversa fraterna. As vezes lhe faltava a memória, trocava os nomes das pessoas. E, no momento de lucidez, lembrava-se de tudo com vivacidade de espírito e, nessa ocasião, recebia a Sagrada Comunhão com devoção. Acompanhava as orações com atenção, repetindo comigo as palavras. A ação de graças, eu percebia pelo movimento dos lábios e pelo recolhimento, e sentia, pela serenidade do seu rosto, a profundidade da sua fé: "Seja a vossa uma vida de oração, de trabalho e sacrifício, para serdes homens espirituais agradáveis a Deus". (S. Boaventura)
Sentia dores e incômodos. Não se queixava. Certa vez, perguntei-lhe: "Como vai Frei Junípero?" Ele me respondeu: "Estou me penitenciando! Não tenho pecados mortais".
Dia 23 deixou de se alimentar. Embora chamado, não abria mais os olhos. O médico avisou que o fim estava próximo. Recomendei aos seminaristas que não o deixassem só. Em profunda sonolência passou o dia 24 até que, às 20h 20min, entregou sua alma a Deus.
Sei muito pouco sobre o nosso irmão. Apenas posso dizer que era um homem de oração e bom cozinheiro. "Os irmãos... trabalham com fidelidade e devoção de maneira que afugentem o ódio, inimigo da alma, e não percam o espírito de oração e piedade..." (Regra, cap. 5)
Seu corpo delibetava-se aos pocos sob o peso da idade. Por várias vezes esteve hospitalizado. Temendo a visita inesperada da irmã morte, o ano passado, em novembro, por ocasião da festa das almas, pediu a Frei Roberto Magalhães, seu companheiro de noviciado que lhe administrasse a Unção dos Enfermos. Há quase dois anos, estava postado sob os cuidados dos seminaristas que tinham especial carinho para com ele.
Todos os dias, eu e ele, nos entretinhamos em conversa fraterna. As vezes lhe faltava a memória, trocava os nomes das pessoas. E, no momento de lucidez, lembrava-se de tudo com vivacidade de espírito e, nessa ocasião, recebia a Sagrada Comunhão com devoção. Acompanhava as orações com atenção, repetindo comigo as palavras. A ação de graças, eu percebia pelo movimento dos lábios e pelo recolhimento, e sentia, pela serenidade do seu rosto, a profundidade da sua fé: "Seja a vossa uma vida de oração, de trabalho e sacrifício, para serdes homens espirituais agradáveis a Deus". (S. Boaventura)
Sentia dores e incômodos. Não se queixava. Certa vez, perguntei-lhe: "Como vai Frei Junípero?" Ele me respondeu: "Estou me penitenciando! Não tenho pecados mortais".
Dia 23 deixou de se alimentar. Embora chamado, não abria mais os olhos. O médico avisou que o fim estava próximo. Recomendei aos seminaristas que não o deixassem só. Em profunda sonolência passou o dia 24 até que, às 20h 20min, entregou sua alma a Deus.
Dia 25, após a Santa Missa de corpo presente, concelebrada às 15h no Santuário de S. Francisco das Chagas, o féretro saiu carregado a mão por uma multidão de fiéis que o levaram rezando e cantando até o cemitério de N. Sra. do Perpétuo Socorro, onde foi sepultado.
Juazeiro do Norte-Ceará, 24 de Julho de 1986
Frei Demétrio Fernandes Marques
FONTE: Texto reproduzido tipograficamente e distribuido aos parentes e amigos no Santuário de São Francisco em Juazeiro do Norte
Juazeiro do Norte-Ceará, 24 de Julho de 1986
Frei Demétrio Fernandes Marques
FONTE: Texto reproduzido tipograficamente e distribuido aos parentes e amigos no Santuário de São Francisco em Juazeiro do Norte
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