A paróquia de São Pedro foi criada em 9 de novembro de 1870 pela Lei Provincial 1362. Só mais tarde, no dia 18 de abril do ano seguinte saiu a provisão canônica assinada por D. Luiz Antonio dos Santos. O Padre Manoel Carlos da Silva Peixoto foi nomeado o primeiro vigário e após dois anos junto a freguesia foi substituído pelo padre Manoel Rodrigues de Lima que ficou durante dez anos. O terceiro vigário – João Carlos Augusto natural de Lavras da Mangabeira foi nomeado em janeiro de 1884, ficando à frente da paróquia até o dia 21 de setembro de 1888, mesma data em que foi nomeado o padre Cícero Romão Batista que tomou posse no dia 29 de janeiro de 1889 e exerceu as funções durante quatro anos aproximadamente. Nos domingos e dias santos celebrava missa pela manhã na Capela de N.S. das Dores em Juazeiro e seguia para São Pedro onde celebrava e passava o resto do dia fazendo batizados, casamentos e confessando fieis, só regressando à tardinha.
Cumpre não esquecer que o Padre Cícero, sempre foi, intimamente, um monarquista. Quando se deu a proclamação do regime republicano no Brasil, ele era vigário da Paróquia de São Pedro do Cariri, ficando indignado com este acontecimento. A vitória republicana, segundo o pesquisador Aldenor Benevides – proporcionou ao padre, uma tal revolta, a ponto de, pouco tempo depois, um republicano de nome Dr. Francisco Marçal da Silveira Garcia, ex-juiz do Crato, indo a São Pedro do Cariri acompanhado de alguns militares, numa campanha contra o imperador, ter dado lugar a que o Padre Cícero, por ocasião da missa dominical fizesse um sermão contra o novo regime. Naquela prática pediu que ninguém acompanhasse o Dr. Garcia e nem tampouco temesse os seus soldados porque em São Pedro do Cariri quem mandava era ele, Padre Cícero.
Dois meses após ter tomado posse como vigário da cidade serrana no dia 1º de março um fato extraordinário transformou a rotina do Juazeiro, onde o reverendo morava. Naquela data, ao participar de uma comunhão reparadora, oficiada por ele, uma bata muito piedosa, chamada Maria de Araújo, ao receber a hóstia consagrada não pôde degluti-la porque a mesma se transformara em sangue diante dos olhos de todos. A notícia correu e, em pouco tempo, legiões de pessoas vinham de longe para assistir de perto ao fenômeno. Apesar de ter sido testemunhado por muitas pessoas dignas, mais de uma dezena de padres da região e ter sido atestado por dois médicos e um farmacêutico como sendo um fato sobrenatural, a Igreja nunca considerou o sangramento da hóstia como milagre. Mais tarde, os chamados Milagres do Juazeiro passaram a ser estudados por diversos cientistas sociais no Brasil e no Exterior e Juazeiro do Norte, por ser uma cidade mística, tem sido objeto de vários documentários, o que faz muito conhecida e famosa. O fato chamou a atenção do povo sofrido do Nordeste. Os romeiros invadiram Juazeiro, sob a proteção de Nossa Senhora das Dores e da fama da santidade do Padre. Algumas famílias vieram para ficar e muitas delas foram enviadas pelo sacerdote para a Serra de São Pedro e outras terras de boa fertilidade da região. Mesmo com as pressões de Roma, Padre Cícero continuou celebrando em Juazeiro ainda ficou como vigário de São Pedro do Cariri até o dia 6 de agosto de 1892. Durante toda sua vida ele tentou revogar a pena aplicada pela Igreja Católica, todavia, foi em vão. O resultado de tudo isso foi que jamais se provou que a transformação da hóstia em sangue era uma farsa.
Cumpre não esquecer que o Padre Cícero, sempre foi, intimamente, um monarquista. Quando se deu a proclamação do regime republicano no Brasil, ele era vigário da Paróquia de São Pedro do Cariri, ficando indignado com este acontecimento. A vitória republicana, segundo o pesquisador Aldenor Benevides – proporcionou ao padre, uma tal revolta, a ponto de, pouco tempo depois, um republicano de nome Dr. Francisco Marçal da Silveira Garcia, ex-juiz do Crato, indo a São Pedro do Cariri acompanhado de alguns militares, numa campanha contra o imperador, ter dado lugar a que o Padre Cícero, por ocasião da missa dominical fizesse um sermão contra o novo regime. Naquela prática pediu que ninguém acompanhasse o Dr. Garcia e nem tampouco temesse os seus soldados porque em São Pedro do Cariri quem mandava era ele, Padre Cícero.
Dois meses após ter tomado posse como vigário da cidade serrana no dia 1º de março um fato extraordinário transformou a rotina do Juazeiro, onde o reverendo morava. Naquela data, ao participar de uma comunhão reparadora, oficiada por ele, uma bata muito piedosa, chamada Maria de Araújo, ao receber a hóstia consagrada não pôde degluti-la porque a mesma se transformara em sangue diante dos olhos de todos. A notícia correu e, em pouco tempo, legiões de pessoas vinham de longe para assistir de perto ao fenômeno. Apesar de ter sido testemunhado por muitas pessoas dignas, mais de uma dezena de padres da região e ter sido atestado por dois médicos e um farmacêutico como sendo um fato sobrenatural, a Igreja nunca considerou o sangramento da hóstia como milagre. Mais tarde, os chamados Milagres do Juazeiro passaram a ser estudados por diversos cientistas sociais no Brasil e no Exterior e Juazeiro do Norte, por ser uma cidade mística, tem sido objeto de vários documentários, o que faz muito conhecida e famosa. O fato chamou a atenção do povo sofrido do Nordeste. Os romeiros invadiram Juazeiro, sob a proteção de Nossa Senhora das Dores e da fama da santidade do Padre. Algumas famílias vieram para ficar e muitas delas foram enviadas pelo sacerdote para a Serra de São Pedro e outras terras de boa fertilidade da região. Mesmo com as pressões de Roma, Padre Cícero continuou celebrando em Juazeiro ainda ficou como vigário de São Pedro do Cariri até o dia 6 de agosto de 1892. Durante toda sua vida ele tentou revogar a pena aplicada pela Igreja Católica, todavia, foi em vão. O resultado de tudo isso foi que jamais se provou que a transformação da hóstia em sangue era uma farsa.
O AMIGO
Temos em mãos o conteúdo de uma carta enviada pelo Padre Cícero a Marcos Pereira. Este documento foi reproduzido pela senhora Adalgisa Borges, e serve como prova inconteste do laço de amizade que existia entre Marcos e o Patriarca do Nordeste:
“Horto, 28 de Abril de 1906
Abençoado e bom amigo Marcos
A paz do nosso Senhor Jesus Cristo o guarde
Como sempre pretendia ir hoje mais tendo amanhecido uma constipação ontem que pôs-me rouco, tomei umas pílulas purgativas que somente amanhã a tarde querendo Deus estarei aí, não posso ir celebrar em São José.
Não repare o ter enganado. Velho não tem carreira.
Disponha sempre do seu amigo velho
Pe. Cícero Romão Batista.”
A FÉ
O livro Padre Cícero e Juazeiro do escritor Aldenor Benevides traz o registro de um acontecimento que demonstra a importância do Patriarca do Nordeste no contexto familiar, sobretudo pela força espiritual transmitida pelo sacerdote:
“Contou-nos João Evangelista de Aquino, mais conhecido por Listrinho, agricultor em Caririaçu, 80 anos, quando conversávamos sobre o Padre Cícero Romão Batista e Juazeiro do Norte. Dois dos seus cunhados, quando meninos, no Sítio Olho D’água, no município de Caririaçu, entre os anos de 1910 e 1920, não lembra-se bem, foram mordidos por um cão raivoso. A mãe das crianças, conhecida por D. Cota, dirigiu-se às pressas até Juazeiro do Norte a fim de pedir ao Padre Cícero que salvasse os filhos, uma vez que São Pedro do Cariri, naquele tempo, não tinha sequer, uma farmácia. O sacerdote recomendou-lhe adquirisse massa de milho e com a mesma fizesse bolinhos levando-os em seguida para os mesmos serem por ele abençoados. Quando voltou, D. Cota ficou emocionada com a linda prece que o Padre Cícero pronunciou benzendo os bolinhos que foram todos eles consumidos pelas crianças que nada sentiram da ameaçadora doença. A criança do sexo feminino viveu muitos anos e deixou vários netos. A outra, do sexo masculino, ainda existe e reside no município de Caririaçu.”
Nota: As crianças citadas no livro eram Alexandrina e Augusto.
UMA GRANDE SECA
Conforme Augusto Pereira, certa vez o seu avô Marcos, saiu da Carnaúba para o Juazeiro, a fim de falar com o Padre Cícero. Queria lhe pedir uma benção e também um conselho, pois, não suportava mais a terrível seca que sufocava o Cariri. Seu açude não tinha mais água, e o gado já não tinha o que beber. O padre pediu para que ele tivesse paciência e deixasse para retornar no dia seguinte. Quando chegou o outro dia, o sacerdote novamente insistiu para que ele ficasse mais um. Mesmo sem entender, Marcos aceitou o conselho. Quando retornou foi pego de surpresa, tinha chovido muito na Carnaúba, Bom Jesus e proximidades e o seu açude estava sangrando.
Temos em mãos o conteúdo de uma carta enviada pelo Padre Cícero a Marcos Pereira. Este documento foi reproduzido pela senhora Adalgisa Borges, e serve como prova inconteste do laço de amizade que existia entre Marcos e o Patriarca do Nordeste:
“Horto, 28 de Abril de 1906
Abençoado e bom amigo Marcos
A paz do nosso Senhor Jesus Cristo o guarde
Como sempre pretendia ir hoje mais tendo amanhecido uma constipação ontem que pôs-me rouco, tomei umas pílulas purgativas que somente amanhã a tarde querendo Deus estarei aí, não posso ir celebrar em São José.
Não repare o ter enganado. Velho não tem carreira.
Disponha sempre do seu amigo velho
Pe. Cícero Romão Batista.”
A FÉ
O livro Padre Cícero e Juazeiro do escritor Aldenor Benevides traz o registro de um acontecimento que demonstra a importância do Patriarca do Nordeste no contexto familiar, sobretudo pela força espiritual transmitida pelo sacerdote:
“Contou-nos João Evangelista de Aquino, mais conhecido por Listrinho, agricultor em Caririaçu, 80 anos, quando conversávamos sobre o Padre Cícero Romão Batista e Juazeiro do Norte. Dois dos seus cunhados, quando meninos, no Sítio Olho D’água, no município de Caririaçu, entre os anos de 1910 e 1920, não lembra-se bem, foram mordidos por um cão raivoso. A mãe das crianças, conhecida por D. Cota, dirigiu-se às pressas até Juazeiro do Norte a fim de pedir ao Padre Cícero que salvasse os filhos, uma vez que São Pedro do Cariri, naquele tempo, não tinha sequer, uma farmácia. O sacerdote recomendou-lhe adquirisse massa de milho e com a mesma fizesse bolinhos levando-os em seguida para os mesmos serem por ele abençoados. Quando voltou, D. Cota ficou emocionada com a linda prece que o Padre Cícero pronunciou benzendo os bolinhos que foram todos eles consumidos pelas crianças que nada sentiram da ameaçadora doença. A criança do sexo feminino viveu muitos anos e deixou vários netos. A outra, do sexo masculino, ainda existe e reside no município de Caririaçu.”
Nota: As crianças citadas no livro eram Alexandrina e Augusto.
UMA GRANDE SECA
Conforme Augusto Pereira, certa vez o seu avô Marcos, saiu da Carnaúba para o Juazeiro, a fim de falar com o Padre Cícero. Queria lhe pedir uma benção e também um conselho, pois, não suportava mais a terrível seca que sufocava o Cariri. Seu açude não tinha mais água, e o gado já não tinha o que beber. O padre pediu para que ele tivesse paciência e deixasse para retornar no dia seguinte. Quando chegou o outro dia, o sacerdote novamente insistiu para que ele ficasse mais um. Mesmo sem entender, Marcos aceitou o conselho. Quando retornou foi pego de surpresa, tinha chovido muito na Carnaúba, Bom Jesus e proximidades e o seu açude estava sangrando.
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